Nas últimas décadas, o setor vitivinícola global registou uma tendência geral positiva na produção e consumo de vinhos brancos e rosés, enquanto que para os vinhos tintos os números são negativos. A confirmação é do mais recente informativo publicado pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), publicado no final de 2023, com base em dados de 2000 e 2021.
Segundo o relatório, a produção de vinho branco aumentou 13% em 2021, comparando ao nível mais baixo registado em 2002, e ultrapassou a produção de vinho tinto desde 2013 (A produção de tintos caiu 25% no comparativo com 2004).
No início do século, o vinho branco representava em média 46% do total mundial, enquanto nos últimos anos a percentagem subiu para 49%. Um dos principais fatores que impulsionam este crescimento é o boom do vinho espumante. Os países que mais contribuíram para o crescimento global são a Itália (graças ao sucesso global do Prosecco), os Estados Unidos, a África do Sul e a Austrália. Pelo contrário, outros grandes países produtores de vinho branco, como França e Espanha (respectivamente o segundo e terceiro maiores produtores de vinho branco do mundo), registaram uma tendência estável.
Rosés
Nos últimos 20 anos, tanto a oferta quanto a procura global pelo vinho rosé cresceram significativamente pelo mundo inteiro. A produção mundial registou um aumento de 25% entre 2001 e 2021. No início do século, os vinhos rosés constituíam 6 a 7% da produção mundial, enquanto nos últimos anos atingiram uma média superior a 8%.
Os 10 principais países produtores representaram quase 90% do total global em 2021, enquanto os 3 principais representaram dois terços. No caso do rosé, os países do Hemisfério Norte são os principais responsáveis pelo crescimento (particularmente a França), embora países como o Chile e a África do Sul também tenham alcançado taxas de crescimento muito elevadas nos últimos 20 anos. Atualmente, a França é o maior mercado mundial, responsável por mais de um terço da procura global.
No Brasil o vinho tinto ainda reina absoluto, quase 70% do consumo, segundo dados de 2022 publicados por uma empresa brasileira de consultoria. Mas, segundo enólogos e proprietários de vinícolas, percebe-se um aumento significativo com relação ao consumo de vinhos brancos, especialmente os mais estruturados, além dos rosés, sejam eles tranquilos ou espumantes. Mudanças no perfil do consumidor, promoção de eventos em maior escala, divulgação mais intensa e assertiva foram algumas das causas apontadas pela própria OIV.
Bon Vivant avaliou 95 mostras
Diante dessa busca cada vez maior pelos brancos e rosés, e também porque estamos entrando no período do ano cujos dias são mais quentes, a Bon Vivant convidou as vinícolas brasileiras a enviarem amostras para serem degustadas às cegas por um grupo de convidados da revista (o que incluiu jornalistas, enólogos, sommeliers e consumidores).
Link para o guia? https://heyzine.com/flip-book/218ed52b20.html
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