Marília Zanelato
@mariliaszanelato
Se você já viu uma xícara de café especial provavelmente já teve esse pensamento. Tudo bem, nós baristas e doidões por café estamos acostumados com essa frase.
Realmente a cor do café especial é bem diferente da cor do café tradicional que conhecemos desde que ele vem em pó, embalado a vácuo dentro daquela caixinha que custa cerca de R$10,00 no supermercado. Mas o que você não sabe é que café não é preto e nem deveria ser consumido quando se apresenta com esta coloração. O café preto que você conhece, também conhecido como café forte, está queimado. Isso mesmo. Queimou e o que ele tinha de doçura foi para o espaço. A torra escura deixa o café menos encorpado, menos ácido e mais amargo e essas características que nos confundem e nos fazem acreditar que estamos bebendo um café mais forte.
Esse café escuro do nosso dia a dia passa por um processo de torra que vai totalmente contra o que nós acreditamos. Quando torramos um café, queremos enaltecer suas características sensoriais, jamais mascará-las. O café tradicional comercializado no Brasil, naquele pacote que você conhece, tem tanta coisa que tem até café, por isso é torrado demais. É uma forma de mascarar os sabores ruins dos grãos verdes, mal formados, brocados, com fungo que estão junto com os grãos de café daquela amostra.
Infelizmente o café tradicional é assim, um café de baixa qualidade e excessivamente torrado. Além de ser uma afronta ao nosso paladar, faz mal a saúde.
De hoje em diante prefira cafés com torra média e se possível em grãos. Moer seu café na hora, evita que ele oxide e comece a liberar toxinas.
Saiba mais sobre a influência da torra e a diferença entre café especial e tradicional, nas outras colunas já publicadas aqui no Portal Bon Vivant, dentro da seção Cafés (link abaixo)
https://www.portalbonvivant.com.br/blog-1/categories/caf%C3%A9s
Foto: Rafaela Bins
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