Andreia Debon - @andreiadebon
A técnica utilizada pelos produtores de vinhos da Valpolicella, região localizada no Vêneto, Itália, para o apassimento das uvas e posterior elaboração dos vinhos – o principal deles é o famoso Amarone della Valpolicella - pode se tornar, em breve, Patrimônio Imaterial da Unesco. A entrega oficial dos documentos e oficialização da candidatura aconteceu no dia 4 de fevereiro, em Verona, durante a realização do mais importante evento organizado pelo Consórcio dos Vinhos da Valpolicella, o Amarona Opera Prima.
O dossiê científico foi entregue aos ministérios da Cultura, Agricultura e Comissão Nacional da Unesco da Itália, que terão até o dia 30 de março de 2023 para oficializar a candidatura junto a Unesco, em Paris. O principal motivo pelo qual o território busca pelo reconhecimento é a importância que a técnica tem para a economia e o sustento dos milhares de vitivinicultores que vivem nos 19 municípios que fazem parte deste terroir.
Sobre a técnica de apassimento das uvas: as principais variedades cultivadas na Valpolicella são Corvina, Corvinone e Rondinella. Elas são colhidas manualmente. Após, é feita uma seleção manual dos cachos, os quais são organizados em esteiras ou caixas rasas, formando prateleiras. Neste espaço é muito importante que haja um sistema de ventilação adequado e a temperatura não pode ser muito alta. Assim, entre 90 e 120 dias, as uvas estão mais “secas”, isto é, perderam água e concentraram açúcares. Com essas uvas são elaborados os vinhos Amarone e Recioto (vinho doce) há mais de 1500 anos. O Amarone é um dos principais vinhos tintos da Itália e considerado o Rei dos Vinhos do Vêneto. Já o Recioto é um vinho licoroso, ideal para servir com sobremesas e até com queijos.
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