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Vindima 2022: menos uva nos vinhedos devido a estiagem, mas fruta de boa qualidade



Andreia Debon - @andreiadebon


A safra da uva 2022 já iniciou em diversos municípios da Serra e Campanha Gaúcha com a expectativa de uma redução significativa na quantidade que será colhida. E há dois motivos para isso: o primeiro é de que a vindima de 2021 foi uma super safra, e é difícil repetir os números no ano seguinte pelas condições naturais da planta – no ano passado foram colhidos cerca de 850 milhões de quilos de uva. O segundo é de que o Rio Grande do Sul sofre uma das piores estiagens já registradas. A escassez de chuva acontece desde o mês de novembro de 2021, e mesmo que a videira seja uma planta que não sinta tanto a falta de água já é possível perceber os efeitos que o fenômeno tem registrado nos vinhedos de alguns municípios da Serra Gaúcha. Com isso, a previsão inicial de colher em torno de 650 milhões de quilos de uvas vai baixar para 500 milhões de quilos, segundo o coordenador da Uvibra-Consevitis, Luciano Rebellatto. Desse total de quilos, vale destacar que 20% é de uvas vitiviníferas e 80% de uvas americanas, isto é, frutas direcionadas para a elaboração de vinhos de mesa e suco de uva.



Se há menos quantidade de uva nos vinhedos, vale destacar que a qualidade está excelente, pelos menos é o que está se ‘desenhando’. E isso é uma prévia de que o Brasil terá, novamente, mais uma safra de vinhos muito bons, declara o presidente da Associação Brasileira de Enologia, enólogo André De Gasperin.


“Os cachos estão menores, com pouca água. Com isso, há concentração tanto de acidez quanto de açúcar. E isso é bom. E já pode-se verificar isso colhendo as primeiras uvas para as bases de espumante. Elas estão com PH baixo e acidez alta, o que demonstra que teremos espumantes bons e longevos. A questão aromática também está muito boa. Até o início de novembro a região registrou dias quentes e noites frias, e isso colaborou para a concentração de aromas”, explica o enólogo Edegar Scortegagna, da Vinícola Luiz Argenta, de Flores da Cunha.



De acordo com o enólogo da Cooperativa Garibaldi, Ricardo Morari (foto acima), outro ponto positivo da falta de chuva é a sanidade das uvas e a maturação da fruta. “Estamos recebendo as uvas Chardonnay e Pinot Noir para elaborarmos as bases para espumante e o que temos visto são cachos muito bonitos e uma uva com muita qualidade”, frisa. Além das vitisviníferas, a Garibaldi também iniciou o recebimento das uvas destinadas a elaboração do suco de uva. E essas também se apresentam com muita qualidade. A cooperativa espera receber em torno de 30 milhões de quilos de seus associados na vindima de 2022.


Enóloga Gabriela Potter


Se na Serra Gaúcha a expectativa é de menos uva, mas com qualidade, na Campanha Gaúcha não é diferente. “Esta safra 2022 promete ser muito boa para qualidade dos vinhos pois novamente, assim como 2020 e 2021, a previsão é de o clima ser mais seco do que a média histórica da região. Aqui na Vinícola Guatambu a previsão é processar 160 toneladas de uva”, frisa a enóloga Gabriela Potter.


Nos Campos de Cima da Serra a colheita deve iniciar nos primeiros dias de fevereiro devido ao clima ser mais frio. Em Santa Catarina o forte da vindima são os meses de março e abril.

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